terça-feira, 8 de janeiro de 2008

CAIXINHA DE BEIJOS


~ Caixinha de Beijos ~

Certo dia um homem chegou em casa e ficou muito irritado com sua filha de três anos. Ela havia apanhado um rolo de papel de presente dourado e literalmente desperdiçado fazendo um embrulho.

Porque o dinheiro andasse curto e o papel fosse muito caro, ele não poupou recriminações para a garotinha, que ficou triste e chorou.

Naquela mesma noite, o pai descobriu num canto da sala, no local onde a família colocara os presentes para serem distribuídos no dia de natal, um embrulho dourado não muito bem feito.

Na manhã seguinte, logo que despertou, a menininha correu para ele com o embrulho nas mãos, abraçou forte o seu pescoço, encheu seu rosto de beijos e lhe entregou o presente.

Isto é pra você, paizinho! Foi o que ela disse.

Ele se sentiu muito envergonhado com sua furiosa reação do dia anterior. Mas, logo que abriu o embrulho, voltou a explodir. Era uma caixinha vazia.

Gritou para a filha: você não sabe que quando se dá um presente a alguém, a gente coloca alguma coisa dentro da caixa?

A criança olhou para ele, com os olhos cheios de lágrimas e disse:

Mas, papai, a caixinha não está vazia. Eu soprei muitos beijos dentro dela. Todos para você, papai.

O pai quase morreu de vergonha. Abraçou a menina e suplicou que ela o perdoasse.

Dizem que o homem guardou a caixa dourada ao lado de sua cama por anos. Sempre que se sentia triste, chateado, deprimido, ele tomava da caixa um beijo imaginário e recordava o amor que sua filha havia posto ali.

De uma forma simples cada um de nós, humanos, temos recebido uma caixinha dourada, cheia de amor incondicional de nossos pais, de nossos filhos, de nossos irmãos e amigos.

Entretanto, nem sempre nos damos conta. Estamos tão preocupados com o ter, com valores do mundo, que as coisas pequenas não são percebidas por nós.

Assim, a esposa não valoriza o ramalhete de flores do campo que o marido lhe enviou, no dia do aniversário. É que ela esperava ganhar uma valiosa jóia e não aquela insignificância.

O marido nem agradece o fato da esposa, no dia em que comemoram mais um ano de casados, esperá-lo com um jantar simples, a dois, em casa. Ele estava esperando uma comemoração em grande estilo, ruidosa, cercado de amigos e muitos comes e bebes.

Os pais não dão importância para aquele cartão meio amassado que os pequenos trazem da escola, pintado com as mãos de quem apenas ensaia a arte de dominar as tintas e os pincéis nas mãos pequeninas.

Eles estão mais envolvidos com as contas que a escola está cobrando e acreditam que pelo tanto que lhes custa a mensalidade escolar, os professores deveriam ter lhes enviado um presente de valor.

É, muitos de nós não encontramos os beijos na caixinha dourada. Só vemos a caixinha vazia.
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O amor é feito de pequeninas coisas. Não exige fortunas para se manifestar.

Por vezes, é um ato de renúncia, como a daquele homem que no dia de natal, em plena guerra, conseguiu apenas uma laranja para a ceia dele e da esposa.

Então a descascou, colocou em um prato, criando uma careta com os gomos bem dispostos e entregou para a esposa, com um beijo e um pedaço de papel escrito: feliz natal!

E ficou observando-a comer, com vagar, feliz por ver os olhos dela brilharem e ela se deliciar com a fruta tão rara naqueles dias, naquele local.

sábado, 5 de janeiro de 2008

O AMOR DE DEUS

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O Amor de Deus...

O amor divino se expressa em todo o Universo.

Sua presença está na leve brisa que acaricia as pétalas de uma flor, e nos vendavais que agitam ondas imensas nos oceanos.

Está no tênue sussurro da criança e também nas estrondosas explosões solares.

Está presente na luz singela do vaga-lume, que quebra a escuridão das noites silenciosas do sertão, e nas estrelas de primeira grandeza, engastadas na imensidão dos espaços siderais.

O amor divino está na florzinha singela, que espalha aroma em pequenos canteiros, e nas miríades de mundos que enfeitam galáxias nos jardins dos céus...

Os passarinhos que saltitam nos prados, cantam nos ramos e alimentam seus filhotes, dão mostras do amor de Deus.

As ondas agitadas que arrebentam nas praias, tanto quanto o filete de água cristalina que canta por entre as rochas, falam do amor de Deus.

A fera que ruge na selva e os astros que giram na amplidão enaltecem o amor divino, enquanto falam dessa cadeia que une os seres e as coisas no universo infinito.

No andar pesado do elefante e no vôo leve e gracioso do beija-flor, expressa-se o amor de Deus.

Da ferocidade da leoa em busca do alimento, à dedicação do pingüim chocando os ovos, percebe-se o amor divino.

Da leviandade do chupim, que bota seus ovos em ninho alheio, à operosidade e engenharia do joão-de-barro, notamos a presença do amor de Deus.

Nos insetos nocivos tanto quanto no exemplo de trabalho comunitário das abelhas, cupins e formigas, percebemos o amor divino.

No instinto de sobrevivência de homens, animais e plantas, está presente o amor de Deus.

Na minúscula semente que traz no íntimo o código genético de sua espécie, está contemplado o amor do Criador.

A destreza instintiva do pássaro tecelão, a graciosidade da borboleta, a habilidade inconteste dos reflorestadores alados, falam do amor de Deus.

A criança que sorri, inocente e feliz no regaço materno, e a que chora triste, sem rumo e sem lar, são a presença do Criador no mundo, com acenos de esperança.

O homem sábio, que emprega seus conhecimentos nos serviços do bem, e aquele que se enobrece no trabalho rude da lavoura, apresentam o amor de Deus, elevando a vida.

Até mesmo nas tempestades que destroem nossas flores de ilusão, vemos o convite do Criador para que plantemos em solo firme de felicidade perene.

O ar que respiramos é dádiva do amor celeste...

O amor que trazemos na alma, é herança do Criador da vida...

A esperança que alimentamos é ânfora de luz nutrindo a vida com a chama do amor de Deus.

Por fim, não há espaço algum no universo, onde não pulse o amor de Deus.

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Na inquietude dos delinqüentes, o amor divino se faz atento...

Na dor dos aflitos, o amor de Deus é afago...

Na inocência da criança, o amor divino se mostra...

Na mansuetude dos sábios, o amor de Deus é quietude.

Na harmonia do universo, o amor do Criador repousa...

No coração de quem ama, o amor de Deus se realiza.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

UM COPO DE LEITE






~ Um copo de leite ~

Um dia, um rapaz pobre que vendia mercadorias de porta em porta para pagar seus estudos, viu que só lhe restava uma simples moeda de dez centavos. A fome o maltratava.

Decidiu que pediria comida na próxima casa em que batesse. Porém, quando uma encantadora mulher jovem lhe abriu a porta, seus nervos o traíram.

Em vez de comida, ele só teve coragem
para pedir um copo de água.

A jovem descobriu nele um rapaz faminto e, em vez de água,
lhe deu um grande copo de leite.

Ele bebeu devagar. Depois, receoso, perguntou:

Quanto lhe devo?

Não me deve nada, respondeu ela. Minha mãe sempre nos ensinou a nunca aceitar pagamento por uma oferta caridosa.

Ele disse: “pois eu te agradeço de todo coração."

Quando Howard Kelly saiu daquela casa, não só se sentiu mais forte fisicamente, mas também sua fé em Deus e nos homens ficou mais forte. Antes, ele estava resignado a se render e deixar tudo. Agora, estava disposto a prosseguir na luta até a conquista do que idealizara para a sua vida.

Anos depois, essa jovem mulher ficou gravemente doente. Os médicos locais estavam confusos quanto ao correto diagnóstico e conseqüente tratamento. Finalmente, a enviaram para a cidade grande, onde chamaram um especialista para analisar sua rara enfermidade. O especialista não era outro senão
o Dr. Howard Kelly.

Quando lhe apresentaram a ficha da enferma e ele soube do nome do povoado de onde ela viera, uma estranha luz encheu os seus olhos. Imediatamente, vestido com a sua bata de doutor, foi ver a paciente.

Reconheceu imediatamente aquela mulher. Determinou-se a fazer o melhor para salvar aquela vida. Passou a dedicar especial atenção para aquela paciente.

Depois de uma demorada luta pela vida da doente, ele ganhou a batalha. Quando ela se preparava para ter alta, o Dr. Kelly pediu para a administração do hospital que lhe deixasse ver a fatura total dos gastos, a fim de que a pudesse aprovar.

Ele a conferiu, item por item, depois escreveu alguma coisa e mandou entregá-la no quarto da paciente.

Ela tinha medo de abrir a fatura, porque sabia que levaria o resto da sua vida para pagar todos os gastos. No entanto, quando se decidiu a abrir o envelope, algo lhe chamou a atenção. Em letras caprichadas, mas firmes, havia uma anotação:

Pago totalmente, faz muitos anos, com um copo de leite. Assinado: Dr. Howard Kelly.

E lágrimas de intensa alegria correram dos olhos daquela mulher, que se lembrou de orar nos seguintes termos:

Graças, meu Deus, porque teu amor se manifestou
nas mãos e nos corações humanos.

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Imensa é a generosidade dos corações que se manifesta das mais variadas formas. Basta um pequeno toque, um pequeno pedido, e eis a generosidade se transformando em alimento, agasalho, abrigo, acolhida, companhia.

E porque a generosidade espanca a miséria, transformando patrimônio em lares, pedras em pães, horas preciosas em alfabetização, a esperança prossegue luzindo nas almas, conduzindo-nos a um mundo de paz, onde todos nos daremos
as mãos, na qualidade de irmãos.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

"NÃO DIGAS"

Não digas: "PAI NOSSO" , se não te comportas cada dia como um filho, nem tratas os demais como irmãos.

Não digas: "QUE ESTÁS NOS CÉUS" , se somente pensas e amas as coisas da terra.

Não digas: "SANTIFICADO SEJA O TEU NOME" , se estás preocupado em santificar o nome de outros deuses que tomam parte de sua vida.

Não digas: "VENHA O TEU REINO" , se não acreditas nem estás preparando-te para este acontecimento.

Não digas: "SEJA FEITA A TUA VONTADE" , se não aceitas quando é dolorosa.

Não digas: "ASSIM NA TERRA COMO NO CÉU" , se não acreditas na vida eterna.

Não digas: "O PÃO NOSSO DE CADA DIA NOS DÁ HOJE" , se não te preocupas com tantos pobres que hoje estão com fome.

Não digas: "E PERDOA-NOS AS NOSSAS DÍVIDAS, ASSIM COMO NÓS PERDOAMOS AOS NOSSOS DEVEDORES" , se ainda guarda rancor e ódio do teu irmão.

Não digas: "E NÃO NOS INDUZAS À TENTAÇÃO" , se tua intenção constante é pecar.

Não digas: "MAIS LIVRAI-NOS DO MAL" , se não cooperas com Deus frente as tentações do inimigo.

Não digas: "AMÉM !" , se não acreditas no Pai Nosso.